Quem sou?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

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«Sei que não vivo sem coração. Ele está lá, no peito, no lugar de sempre, está porque consigo senti-lo a bater. Mas o meu coração está diferente. Está desfeito. Em mil pedaços e mais alguns. Mas, mais do que isso, está em pedra. Transformei-o assim, nos últimos, poucos, dias.

Sentir o que sinto dentro de mim está a destruir quem sou. Sentir esta tristeza tão profunda, este medo tão grandioso e esta morte dentro do coração está a fazer-me perder a vontade de respirar. Por isso, transformei o meu coração, aquele que te dei há anos atrás e que neste momento está desfeito em pedaços pequeninos, em pedra. Não consigo suportar mais desilusões, nem ilusões. Não consigo suportar mais dor. Não consigo preocupar-me com ninguém que não seja contigo. Não consigo sentir nada, neste meu coração de pedra. Nada. Tudo se resume a ti.

Dou por mim a compreender que poucas coisas me importam. Porque só tenho espaço para ti no meu coração e no meu pensamento. Este coração que agora bate no meu peito, este coração de pedra, sofre por ti. Sofre, muito, sempre que se lembra do que disseste. Sofre, ainda mais, sempre que recorda que tu não estás aí. E sangra (se é possível um coração de pedra sangrar) sempre que se lembra que tu estás a sofrer, que tu estás triste e que tu, simplesmente, não consegues perceber a verdade.»
H.W

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